* – Continuação do post “Truculência Mundial” de semanas atrás
Campeonato Brasileiro 2009 terminado. Flamengo hexacampeão. Foi uma grande festa, sem dúvida alguma. No entanto, as comemorações foram exageradas e resultaram em violência, vandalismo e desrespeito ao próximo.
Em Curitiba, o descenso do Coritiba FC levou a uma batalha campal. Na hora lembrei-me de um documentário sobre a tragédia de Heysel, em 1985: era final da Copa dos Campeões da Europa (atual Liga dos Campeões) entre o Liverpool FC (ING) e a Juventus (ITA). Antes do jogo as duas torcidas envolveram-se em uma confusão e os ingleses encurralaram nas bancadas os adeptos italianos. 39 deles morreram asfixiados, nas arquibancadas.
Heysel, 1985: vá ao estádio e coloque sua vida em risco! (www.idrottsforum.com)
Esses exemplos são cenas de barbárie e ignorância. Quem vê de fora pensa que o brasileiro é desordeiro, primitivo e que resolve as adversidades com violência e ignorância. Segundo algumas autoridades, parece que é comum o ser assim, não há como conter a paixão da torcida.
Não dá é pra conter a burrice de alguns vários. Torcedores e autoridades.
Torcedores da Juventus em Heysel (www.ubishops.ca)
E há clubes que distribuem bilhetes a desordeiros. Depois reclamam que falta “verba”. É óbvio: bilhete oferecido + patrimônio danificado = prejuízo! Uma operação de subtração!
Mais uma vez digo que a solução está:
– No aumento do preço dos bilhetes;
– Combinada com a melhoria dos estádios;
– Aplicação de programas de fidelidade de torcedores;
– Venda antecipada de bilhetes para a época toda;
– Ação policial.
Está provado: o torcedor frequenta um estádio em busca de segurança, conforto, facilidades (estacionamento, acesso) e socialização. No entanto, não se encontra nada disso. Que sejam, portanto, feitos investimentos nestes pontos. Se for para aumentar o preço dos bilhetes, que aumentem. Ok, muitos gostaram de lá estarem e terem visto o Flamengo campeão. No entanto, a grande maioria dormiu lá ou chegou nas primeiras horas da manhã para evitar confusões e filas. Evitar desconforto e aborrecimento.
Até as formigas organizam melhores filas que os torcedores nos estádios do Brasil. Nem o Homem de Neanderthal brigava à maneira com que torcedores do Coritiba e do Flamengo brigavam ontem.
Com todo respeito, Sr. Homem de Neanderthal!
É um absurdo a forma que o torcedor é tratado no Brasil. Mais absurdo ainda é como os “gestores” do nosso futebol vêm os torcedores.