Há algumas semanas recebi do Biá, pai de um grande amigo, um ranking dos clubes de futebol do Brasil de acordo com a participação em Campeonatos Brasileiros, desde 1971, quando houve a primeira edição. Já existe um ranking que a CBF divulga, que leva em consideração: as competições promovidas pela Confederação, clubes que participam de mais competições e clubes mais bem colocados nas maiores competições, também desde 1971.
Os dois rankings (o do Biá e o da CBF) são polêmicos, como todos. As mudanças de regulamento e a quantidade de equipes (no Campeonato Brasileiro de 1979 eram 96 equipes) acabam por interferir nos resultados do ranking. Exemplo disso é o SC Internacional, de Porto Alegre. No certame de 77, ele ficou na 25ª posição, com 61,5% de aproveitamento, mais que na edição de 2005, quando terminou em 3º. É bom também dizer que a CBF considera também a Copa do Brasil: Santo André e Paulista, campeões da Copa em 2004 e 2005, respectivamente, receberam bem menos pontos que um clube que foi mal nesse torneio, mas que se deu bem no Campeonato Brasileiro, por pontos corridos.
Entretanto, chama a atenção o fato de o Biá usar como critério de desempate, o Índice Sonnenborn-Berger (ISB), usado pela FIDE (Federação Internacional de Xadrez). Justo. A entender: soma-se os pontos obtidos pelos adversários derrotados, somada à metade dos pontos conseguidos pelos adversários com os quais a equipe tenha empatado.
Desta maneira, compare o Ranking da CBF com o Ranking do BIÁ:
Ranking CBF | Ranking BIÁ | |
1º | Grêmio FBPA | São Paulo FC |
2º | SC Corinthians Paulista | SE Palmeiras |
3º | CR Flamengo | SC Internacional |
4º | CR Vasco da Gama | CR Flamengo |
5º | São Paulo FC | Santos FC |
6º | Atlético-MG | Cruzeiro EC |
7º | SE Palmeiras | SC Corinthians Paulista |
8º | SC Internacional | Atlético-MG |
9º | Cruzeiro EC | Grêmio FBPA |
10º | Santos FC | CR Vasco da Gama |
Como o próprio Índice Sonnenborn-Berger considera, o Biá deu importância ao número de pontos conquistados e os confrontos diretos, seus critérios definidores. É mais justo porque valoriza as equipes mais-bem colocadas ao longo de todas as edições e o desempate dá-se pelo desempenho direto dos clubes com quem a equipe jogou. No entanto, o Ranking do Biá não considera a Copa do Brasil, Copa dos Campeões (que levou o Paysandu SC à Copa Toyota Libertadores’04), Rio-São Paulo, Sul-Minas, dentre outros. Para além disso, é preciso fazer um outro levantamento via Sonnenborn-Berger (e também via método CBF) a partir de 2003, quando o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado por pontos corridos. Desde então as mudanças de regulamento foram mínimas. Situações – como as que aconteciam – em que um clube terminava em 1º lugar na primeira fase, mas que era logo eliminado nos play-offs e o que terminava em 8º, mas acabava campeão, decidir pelo critério de pontuação era difícil e polêmico.
Biá, não me leve a mal. Eu fico com o Ranking da CBF. Nele o XV de Jaú está em 133º. No seu, em 134º.
Concordo contigo Mestre. Com todo respeito ao Biá, tenho que declarar meu apoio irrestrito ao ranking da CBF. TRICOLOR 1º…hahahaha