Para todos verem: egípcios e argelinos disputaram uma vaga no Mundial FIFA 2010 na África do Sul. Primeiro jogo em Argel; segundo jogo no Cairo. Houve a necessidade de um campo neutro para um terceiro jogo, que disputou-se em Omdurman, no Sudão. A Argélia levou a melhor e classificou-se para a Copa.
Entretanto a disputa não ficou apenas dentro do campo. Fora dele os adeptos se enfrentaram com violência, os jogadores das duas seleções foram hostilizados; na Argélia, empresas egípcias foram vandalizadas. Tudo isso causou mal-estar entre os dois países. Agora o governo do Cairo boicotará a Argélia de todas as suas competições esportivas.
A Liga Árabe, preocupada, procura restaurar a estabilidade entre os dois países. A autoridade líbia, através do presidente Muammar Khadaffi, ofereceu-se intermediar as conversações. Muito boa gente o tal Khadaffi.
Khadaffi, ditador libio (www.dumpert.nl)
Se Franklin Foer continuasse o seu livro, está aí mais uma prova de como o futebol explica o mundo. O futebol foi motivo de discórdia e assim foi porque a modalidade atrai as massas e essas massas, anônimas, são incontroláveis. Khadaffi provavelmente aproveitará o clima para colocar a Líbia em posição de destaque no cenário internacional, melhorar a sua imagem e tornar-se influente no futebol aos olhos da FIFA: é proprietário de um clube da segunda divisão italiana e um de seus filhos é futebolista desse clube. Mera coincidência. “Meríssima”.
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