Algumas modalidades no Brasil recentemente têm enfrentado crises em termos de resultados expressivos e números de praticantes. Resultados também constituem fator que contribui para o número de praticantes. No entanto, estes resultados são gerados por expoentes em cada modalidade, em outras palavras, os ídolos.
Tomamos dois exemplos no Brasil: o basquetebol e o pugilismo. As grandes figuras do basquete nacional (masculino) atuam fora do país e possuem um historial recente de desentendimentos com Comissão Técnica e Corpo Diretivo da Seleção Brasileira, ou seja, pouco ou nada atuaram sob as cores nacionais, elemento necessário para a identificação torcedor/ídolo. O boxe atravessa um processo parecido. O último foi Popó Freitas, há alguns anos. Ao mesmo tempo que Popó se retirava dos ringues, os brasileiros se destacavam em outros esportes de luta, como o UFC, enquanto que não houve “substituição” de Popó. Com isso, parte do público do boxe passava a acompanhar essas outras lutas, enquanto que – com um produto bem trabalhado – conquistava outro em potencial.
O contrário aconteceu com o tênis e com a vela. Guga e Meligeni são claros exemplos de como os ídolos influenciam na repercussão da modalidade e no crescimento do número de praticantes. A vela também, com os irmãos Grael, com Robert Scheidt, Isabella Swan e Marcelo Ferreira. Obviamente velejadores não são vistos ao Brasil aos milhares, tampouco está perto de ser um esporte popular, porém, apesar de restrito, possui grande presença na mídia – em função de ter sido o esporte que mais deu medalhas de ouro ao Brasil nos Jogos Olímpicos – e progressivo aumento no número de atletas.
O mesmo caminho quer seguir – e está seguindo – o Rugby: criar ídolos e referências para gerações futuras, ao incentivá-los a serem como eles ou mesmo superá-los.
Ary Graça, hoje presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, dizia há 40 anos que, para o voleibol crescer, era preciso criar referências. E assim foi, com a “Geração de Prata”, vice-campeã do Mundial de 1982 e das Olimpíadas de 1984; depois vieram as medalhas de ouro e os campeonatos mundiais, juvenis e adultos. Exemplo a ser seguido.
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