Recentemente soube sobre o jogador sérvio Ljacic, expulso da seleção do seu país pelo treinador Mihajlovic por não haver cantado o hino nacional no amistoso do último sábado, contra a Espanha. Ljacic alegou motivos pessoais para isso, mas ele é de origem Islâmica, reprimida dentro de uma Sérvia majoritariamente Cristã Ortodoxa. Nos Bálcãs, os Islâmicos são bósnios ou kosovares/albaneses.
Ora, se não se sente sérvio, recuse então à convocação. Encontre outro País para jogar. Não há motivos pessoais para não cantar o hino. O motivo é evidente: Ljacic não se sente sérvio. Caso contrário, o atleta apenas poderia dizer: “gosto de ouvir o hino apenas, como parte da concentração”. Declarações como estas não são tão pessoais assim. Sinal de que a chapa ainda é quente por lá, desde o Dínamo Zagreb-Estrela Vermelha de 1990.
Agora na América do Sul, amanhã é dia de duelo entre bolivianos e chilenos em La Paz, Bolívia, país de quem o Chile retirou o acesso ao mar após vencer a Guerra do Pacífico, no final do Século XIX. Até hoje a Bolívia reclama pelo seu litoral, de maneira diplomática. No esporte há como isso acontecer? Claro que não! Mas uma vitória boliviana amanhã é capaz de, ainda que simbolicamente, o povo boliviano pode conseguir algo (algo) sobre os chilenos.
Sem dúvida que amanhã, enquanto tocar o hino chileno, a torcida local cantará: “Bo-Bo-B0-Li-Li-Li-Via-Via-Via…viva Bolivia por toda la vida con su litoral!”
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