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“É cultural”

Assim como no anúncio da rede de televisão argentina TyC (está na seção “Anúncios de Graça”), a briga entre os jogadores após a decisão da Copa Santander Libertadores pode ser classificada por muitos como “cultural”.

Oras, de “cultural” nisso não há nada. Quem disser que isso faz parte do futebol latino-americano é, no mínimo, desconhecedor do jogo-limpo e do profissionalismo. Ambientes profissionais – como em qualquer outro – não admitem tais comportamentos, assim como deve ser também nos esportes. Em textos anteriores falamos do profissionalismo do Chivas Guadalajara: o que se vê fora de campo não se viu dentro dele nesta final.

Ou o futebol da América do Sul/Latina muda, ou acaba. Nada cultural.

Quando a Marca se Comunica

As marcas no esporte comunicam-se com o público, à maneira que melhor acharem. Em se tratando de marcas de artigos esportivos, vê-se que a Nike possui uma comunicação que reforça o lado individual, as estrelas e o desempenho. A Adidas, por outro lado, trabalha no sentido de o esporte como divertimento. A Le Coq Sportif no esporte como um estilo de vida.

Independente do direcionamento da comunicação das marcas no esporte – quer seja de equipamentos ou de uma modalidade -, ela só será efetiva diante de 3 aspectos:

A efetividade da comunicação de uma marca esportiva (Fernández-Catelli, 2008)

A efetividade da comunicação de uma marca esportiva (Fernández-Catelli, 2008)

Produto contagiante: o nome já diz, é preciso ser um produto que satisfaça as necessidades do consumidor e que esteja acima das expectativas dele;

Comunicação contagiante: recursos audio-visuais, utilização de referências podem fazer com que o consumidor se identifique com o produto;

Relacionamento contagiante: a possibilidade de interagir com o produto pode fazer com que o consumidor se sinta pertencente à comunidade de quem usa este produto.

Isso não é segredo algum, tampouco novidade. É aplicado em diversos setores da economia e precisa ser aplicado no esporte, especificamente no Brasil.

Procurem um caso agora de uma marca esportiva com uma excelente comunicação, aplicável à figura acima. São vários.

O Exemplo vem de Cima

Lá do México vem o exemplo, especicifamente do Club Deportivo Guadalajara Sociedad Anónima de Capital Variable , popularmente conhecido como “Chivas”. Não, não são os naming rights do renomado uísque.

CD Guadalajara SA de CV - "Chivas"

O "Chivas" de Guadalajara-MEX: exemplo de gestão no futebol, pouco reconhecido no mundo (mediotiempo.com.mx)

Exemplo porque estão na final da Copa Santander Libertadores, possuem uma taxa de ocupação no Estádio Jalisco de 90%, uma torcida apaixonada, consumidora e consomem todos os produtos do clube. Uma gestão profissional que oferece aos torcedores uma excelente prestação de serviços; os rendimentos obtidos com os patrocínios, com a venda de produtos licenciados e bilhetes, são revertidos no clube, quer seja nas categorias de base, quer seja no plantel principal (a fim de montarem uma equipe competitiva e que esteja sempre na disputa pelos títulos), quer seja na infra-estrutura da organização. Isso tudo para bem receberem seus torcedores e fornecer aos atletas as condições necessárias para a realização de um bom trabalho, que, em longo prazo poderão resultar em títulos, nesta situação:

Investimentos em uma Organização Esportiva

Investimentos em uma Organização Esportiva

Tudo parece ser muito simples ou talvez o quadro acima não signifique nenhum segredo. Entretanto é preciso vontade para fazer isso e que a gestão dos projetos de implementação de políticas para o clube/modalidade seja exímia.

O Chivas representa isso tudo e assim como outros clubes mexicanos, servem de exemplo para clubes de países da América do Sul, afinal México e a América do Sul possuem muitos pontos semelhantes. Ou isso ocorre naquele País em função da proximidade com os EUA e os exemplos que vêm mais de cima ainda? Certamente é um fator que contribui bastante.

Nada contra SC Internacional ou São Paulo FC, nada contra o crescente profissionalismo dos dois clubes, mas também nada mal que o Chivas vença a Santander Libertadores.

“Call to Action” no Esporte

Dá a uma peça de comunicação a expectativa de gerar uma resposta imediata e não apenas a memorização. Deve ter “força” e meios para resposta: telefone, site, e-mail. Se esta peça puder ter um item tangível, melhor ainda.

No esporte, a “força” se dá através da presença do atleta ou de algo tangível, como uma bola ou camisa. Atletas a convidarem os torcedores a comparecerem aos jogos, distribuindo autógrafos e a explicarem do clube e do jogo. Resposta pode ser percebida pelo aumento da frequência no site, no envio de e-mails e, em longo prazo, procura pelo clube e modalidade.

Questão de Valores

Muitos que lerão o texto abaixo vão achar-me maluco, mas vamos a isso.

Ontem reencontrei com meu grande amigo Guilherme Casarões no caminho de volta pra casa. Conversávamos sobre esporte. Dizíamos que o futebol estava mais nas páginas policiais que nas esportivas dos diários. Vide o antigo goleiro do CR Flamengo; a confusão de treinador e jogadores recentemente em Salvador; as novas aprovações do Estatuto do Torcedor, que pune o adepto que fala palavrões; jogadores que agridem árbitros, que desrespeitam autoridades, quebram a hierarquia e ferem a disciplina de organização esportiva: clube, liga, Federação.

Com isso são colocados em risco os valores do esporte. Uma criança ou um jovem, postos diante disso tudo estarão sujeitos a pensar que o futebol é uma modalidade em que os valores estão inversos e com isso deixar de acompanhar ou praticá-lo. Se os reguladores do futebol neste País não tomarem iniciativas a fim de protegê-lo, o futebol entrará numa crise em longo prazo.

A cada dia se perde mais no futebol os valores do esporte. Existem bons exemplos, claro. Entretanto menos mediáticos que os polêmicos.

Consumidores do Esporte

A paixão pelos Springboks (Seleção de Rugby da África do Sul) e pelos Lions (equipe de Rugby de Joanesburgo) é tanta que a casa de família Sul-Africana e o escritório da empresa desta família mais pareciam mini-museus, tamanha a quantidade presente de artigos de memorabilia.

Nenhum membro da família joga ou jogou Rugby, mas todos são grandes entusiastas da modalidade: pai, mãe, os filhos e suas namoradas. Compram bilhetes para toda a época e consomem muito daquilo relativo à equipe para que torcem e aos Springboks.

Ao fazer uma analogia ao Brasil, boa parte dos torcedores de futebol daqui nunca jogou futebol de alta competição, mas são consumidores de futebol e participam de todas as discussões futebolísticas por aqui. Entretanto, ter jogado Rugby tem sido condição sine qua non no Brasil para fazer parte do Rugby brasileiro. Não pode ser assim.

Admiradores da modalidade, mesmo sem haver jogado, não podem ser excluídos deste universo. Afinal são eles também entusiastas, e serão eles que cativarão outros, que também nunca jogaram ou jogarão, a gostarem de Rugby. Com os tempos mais e mais pessoas serão atraídas pelo esporte, passarão a divulgar e “consumir” Rugby, derrubar preconceitos e vencer estereótipos. De certa maneira e, em longo prazo, popularizá-lo.

Com isso, percebe-se outro fator para o crescimento do Rugby no País: o aumento da base de admiradores da modalidade, consumidores, independente de terem ou não praticado o esporte.

O País da Copa é o País do Rugby

A TV passa que na África do Sul o futebol é a modalidade dos negros e o Rugby, a dos brancos. Não é nada disso. Não sei o que querem quando dizem essas coisas, mas constatei que não é bem assim.

Logo ao desembarcar em Joanesburgo a África do Sul jogava contra a Nova Zelândia, fora-de-casa, pelo torneio das 3 Nações. Nos restaurantes e cafés que transmitiam o jogo, pessoas aglomeravam-se para ver os Springboks. Brancos e, em uma ligeira maioria, negros. Além disso, naquele dia, as pessoas com quem conversei – negros e brancos – sabiam do resultado da equipe e os compromissos que viriam a seguir.

Não tive dúvidas de que o Rugby é o desporto-rei na África do Sul.

O blogueiro tem estado um tanto ausente e ficará outro tanto a mais. Na volta, as impressões globais e “blogais” sobre as bolas ovais e redondas desde a África Austral. Nos vemos em Porto Elizabeth e em Jo’burg na grande final!!!

o XV vai junto

o XV vai junto

Holanda-Espanha

Chegam à final as únicas duas seleções nunca campeãs mas com potencial de alcançarem o título em função dos históricos que possuem. Outrora grandes inimigas na época das Grandes Navegações: Invasões Holandesas no Brasil e a União Ibérica. Ademais, o hino nacional holandês cita a Espanha em sua letra. Claro que não por estes fatores, mas certamente será um grande jogo. Nos vemos em Jo’burg.

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