“…and sent him homeward,
to think again”
Este é um trecho do hino da Escócia, cuja população poderá pensar de novo e escolher no final de 2014 pela independência ao Reino Unido, de que faz parte de 1707. O acordo para o referendo foi celebrado ontem entre o Primeiro-Ministro Britânico David Cameron e o presidente do Parlamento Autônomo Escocês, Alex Salmond.
Esportivamente, o que ganha ou perde o Reino Unido com a separação da Escócia? Não ganha nada. Perde pouco. Opa, em parte! No esporte-motor perde muito: Jim Clark, David Coulthard, Ian e Jack Stewart são ótimos exemplos. Os escoceses competem para o Comitê Olímpico Britânico, que reúne Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte. São poucos os atletas escoceses bem sucedidos nas Olimpíadas. O rúgbi e o futebol são duas modalidades em que a nacionalidade escocesa é bastante exaltada e não competem sob bandeira britânica. Diferentemente dos galeses do Swansea e do Cardiff, que atuam na Liga Inglesa, Celtic e Rangers jogam o campeonato escocês e fazem, para muitos, o maior clássico do futebol mundial, entre clubes. Os torcedores do Celtic são em sua maioria católicos e anti-monarquistas, por isso levam bandeiras da Irlanda (catolicismo) e Escócia (nacionalismo); adeptos do Rangers são monarquistas/leais e carregam consigo a Union Jack (bandeira do Reino Unido).
Torcida do Rangers
Torcida do Celtic
Economicamente o Reino Unido não perde significamente com a independência escocesa. Ademais, ela não significa o rompimento de todos os lados. Uma saída pacífica solidifica uma relação de confiança que certamente vai se refletir em todos os aspectos da sociedade da Grã-Bretanha. Diferentemente do processo como houve com a Irlanda (Eire), cuja independência só foi possível através de uma Guerra (1916-1921), cujos resquícios que persistem até hoje através, por exemplo, do IRA (Exército Republicano Irlandês).
Na Península Ibérica, a Catalunha representa boa parte da economia espanhola; e não vai ser falando em catalão que um novo país conquistará novos mercados, sobretudo o latino-americano. Ou seja, Barcelona e a Catalunha precisam de Madri e do Rei. No esporte, o Barcelona só existe porque existe o Real Madrid. E vice-versa. Um faz o outro. Se querem independência, como demonstraram no último clássico, que se preparem para jogar contra o Sant Andreu, Hospitalet ou o Gimnàstic. Jogaços! É nos momentos de crise econômica que os grupos defensores da autonomia mais se fazem valer para convencer a população que a independência é a solução. E em catalão eles não vão chegar a lado algum.
Como diz uma amiga: que se joguem todos juntos e abraçados.
Não é este o caso da Escócia, que tem uma oportunidade única em 2014, como diz o seu próprio hino:
“But we can still rise now,
and be a nation again!…”
O RU perde o Murray! Agora que ele ficou bom e ganha títulos, acho que o Reino Unido vai lamentar a separação.
Já eu, não lamento nada. Que morram abraçados! 😀