A morte de dois torcedores em decorrência das brigas entre torcidas em São Paulo no último fim-de-semana trouxe à tona novamente a discussão sobre a atuação das torcidas organizadas, a violência e da atuação do poder público.
Dizem que a polícia devia fazer isso ou aquilo e que o Governo devia ter atuado de uma determinada maneira, com o objetivo de eliminar esse tipo de violência no esporte, especificamente o futebol. Àqueles que acreditam nisso, lamento dizer: essa violência não vai terminar. Continuará por existir. Se alguns torcedores forem conduzidos à clandestinidade, isso pode ser pior: grupos de torcedores poderão, com o tempo, a cada dia parecerem-se mais com seitas, estabelecendo-lhes a condição de uma quadrilha e que, em um caso extremo, a constituição de um ‘estado paralelo’.
Dentro dos estádios a violência é sim capaz de ser reduzida. Novas políticas de aquisição de ingressos para os jogos – como, por exemplo, dar prioridade aos sócios ou aumentar o preço dos bilhetes – e atuação policial preventiva podem preservar o esporte. Imaginar que as brigas de torcedores, longe dos recintos de jogos, pode terminar, é inocência. É portanto preciso fazer com que estes enfrentamentos não envolvam inocentes. Para isso sim, é preciso da intervenção policial.
Série do Discovery, “Football Factories”, sobre as torcidas na Sérvia e na Croácia
É ruim pensar assim, mas necessário para encarar esse problema da violência em decorrência do esporte, de frente, para preservar o torcedor comum, aquele que realmente consome o esporte, sobretudo o futebol.
Concordo com voce, Vir. Marginalizar e proibir nao resolverao o problema e isto ja’ foi provado muitas vezes na historia nao so’ no futebol mas em outras areas da vida social. Muito bom o blog, alias. Parabens.
Grande amigo! Muito obrigado por visitar o blog. Vi o filme do Eryk com a chave do carro, sensacional!
Forte abraço,
Vir