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20 Anos Reais

Era Copa do Mundo. Senna tinha acabado de falecer, o Brasil tinha passado por um conturbado processo de impeachment presidencial e o que ocupava o lugar de Collor de Mello era Itamar Franco. Fernando Henrique Cardoso era Ministro da Fazenda. O Brasil jogaria as oitavas-de-final contra os EUA – na casa deles – no dia 4 de Julho, data magna deles.

Em 1º de Julho de 1994 – além de ser aniversário do meu amigo varginhense Tiago Almeida -, o Brasil adotava o Real como moeda, para sepultar uma economia inflacionada que corroía salários e prejudicava o dia-a-dia de todos. Lembro-me dos ‘zeros’, da correção monetária, das siglas, das máquinas de remarcação de preços. Eram marcantes as compras do mês e dos supermercados vazios no final deles.

Eu tinha 12 anos, mal entendia disso tudo, mas no meu universo o Plano Real definiu ali pra mim que, a prazo, 1 era 1, 5 era 5 e 10 era 10. Com o tempo os preços ficariam mais caros em função do valor agregado e dos preços dos serviços embutidos neles. Não tenho dúvidas que ter passado por isso serviu muito para compreender o mercado e me sair melhor nas aulas de macroeconomia.

O Brasil não seria o mesmo se não fosse o Plano Real, que estabilizou a economia para dar as mínimas condições de crescimento para o país. O crescimento do esporte brasileiro não seria igual sem essa política monetária, que permitiu a organização financeiros através de planejamento e projetos de longo prazo, por ter como base a estabilidade de preços.

Feliz 1º de Julho.

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A Identidade Nacional através da Copa do Mundo

Já pararam e se perguntaram por que um jogo do Brasil em um mundial de futebol é importante?

Vamos voltar no tempo.

1648: formação de uma das principais instituições para um Estado-Nação, o Exército. Deu-se no contexto da Invasão Holandesa (1624-1654), quando houve a união de três líderes das principais etnias do Brasil naquela época: Vidal de Negreiros (branco, nascido na Paraíba), Filipe Camarão (Indígena) e Henrique Dias (negro nascido no Nordeste), para a Batalha dos Guararapes (19/4/1648). É este o Dia do Exército, quando houve a união das três raças para a libertação do Brasil.

1888: abolição da escravatura. 1889: proclamação da República e com isso o rompimento em definitivo com o passado político de Portugal. A abolição da escravatura ‘insere’ o negro na sociedade brasileira (sabemos que não foi assim e que até hoje não é assim) e a República consolidaria o processo de liberdade e democracia para todas as camadas da população. Também sabemos que não foi bem dessa maneira, mas o propósito era este.

Enquanto o propósito não era concretizado, o Brasil quase se desmantelou. Foram vários levantes e revoluções até a implementação do Estado Novo (1937-1945) por Getúlio Vargas, dentre elas: a Revolução Federalista (anos 1890), Canudos (final do século XIX), Revolta Tenentista (década de 1920) e a Revolução Constitucionalista (1932).

O que era ser brasileiro e pertencer ao Brasil até então? Nada. Eram países dentro de um país. Ademais, apenas uma elite era considerada apta para votar. As Forças Armadas, também estavam restritas a uma elite.

A primeira representação de algo genuinamente brasileiro foi a seleção nacional de futebol da Copa do Mundo FIFA de 1938. Ali estavam brancos (ex.: Bauer) e negros (ex.: Leônidas da Silva) de várias partes do país que conquistaram um grande 3º lugar. A seleção de futebol mostrava-se acessível para toda a população devido às origens de boa parte de seus jogadores, e era a mistura das raças – que Gilberto Freyre pregou em suas obras -, pilar da formação do Exército Brasileiro, instituição primária na constituição de um Estado-Nação.

E daqueles anos até hoje ela tem se mostrado dessa maneira. É a representação de um país multicultural e de vasta extensão territorial. Na necessidade de mostrar isso ao mundo todo e fazer valer a condição de soberania, a Copa do Mundo de futebol torna-se o melhor palco para essa manifestação.

Mais Perto do que Imagina

O McDonald’s Brasil dá uma verdadeira aula sobre a indústria do esporte (especificamente o futebol). Por esses dias, se for a uma loja da lanchonete, poderá ver na bandeja a reprodução de todos aqueles que são os ‘elementos do esporte’ (PIRES, 2007).

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Atleta, treinador, árbitro, gandula, policial, zelador, repórter, cinegrafista, segurança, o mascote, o fotógrafo, o paramédico, o cinegrafista, o massagista, o maqueiro, o bombeiro, o engenheiro, o segurança…ufa! Quantos empregos diretos! Imaginem só os indiretos, necessários para a formação e treinamento de cada um deles!

Simples, né? Numa simples bandeja, uma verdadeira aula! Parabéns!É a indústria do esporte…mais perto do que você imagina!

Cada Terra com seu Uso

Sensacional este mapa que identifica em quê o seu país é referência. E o esporte está presente em vários deles. Brasil: em títulos da Copa do Mundo FIFA conquistados; Argentina: em exportar jogadores de futebol; Cuba: baseball; Alemanha: país que quase ganha Copas do Mundo FIFA; Itália: jogos das competições europeias de futebol; Hungria: canoagem; Sérvia: pólo aquático; Egito: títulos continentais de futebol; Eritreia: ciclismo na África; Paquistão: hóquei-na-grama; Nova Zelândia: ovelha e rugby; Peru: surfe na areia.

Clique aqui para visualizar.

Demais curiosidades: Venezuela (Miss Universo); Benin (má condução de automóveis); Somália (Piratas); Coreia do Norte (censura); Chile (permanecer casados).

Tenha Orgulho

hrvatskaA Federação Croata de Futebol (sigla HNS, em croata) divulgou a camisa que será usada pela equipe no Mundial FIFA Brasil 2014.

Na gola, no lado interno da camisa, a inscrição ‘Budi Ponosan’ (identificada na camisa), que, traduzida, significa ‘Tenha Orgulho’, título de canção da banda ‘Majke’, formada em 1986 (ainda Iugoslávia) na cidade de Vinkovce, fronteira com a Sérvia e a Bósnia e Herzegovina. Confira abaixo a letra dessa música, em croata e em português do Brasil:

Visoko, visoko

Iznad tebe i mene

Postoji nada

Prema nama

Zeli da krene

I ti i ja osjecamo tugu

Od nasih suza

Pravimo dugu

Drzimo u ruci

Dio pakla, dio raja

Ne zelimo vjecnost

Zelimo do kraja

Budi ponosan

Ja sam velika zemlja

S divnim krajolicima

U meni je kralj

Sa svojim podanicima

Negdje duboko

Se desava nesto

Valja se kamen

Mala bica ga guraju vjesto

Obecanja disu na svakom mjestu

Nesto se desava imaj u vidu

Prokletstvo je bilo nad

Srcem svakim

Zasto je tako zelim da shvatim

Ne vjerujem u ono sto je daleko od mene

Jer ubija vrijeme

Budi ponosan

Banda 'Majke'

Banda ‘Majke’

Altamente,

Acima de você e de mim

há esperança

para nós

queremos mudar

Em você e eu sinto tristeza

A partir de nossas lágrimas

Que são longas

Tenho em minha mão

Parte do inferno, mas um pedaço do paraíso

Nós não queremos a eternidade

Queremos acabar com isso

Tenha orgulho

 

Eu sou um grande país

Com belas paisagens

O menu é rei

Com seus súditos

Em algum lugar profundo

Algo está acontecendo

Ele deve ser a pedra angular

Pequenas criaturas empurrando-o habilmente

Há a promessa de respirar em todo lugar

Algo acontece que eles têm em mente

A maldição acabou em cada coração

Por que é que eu quero entender

Eu não acredito no que está longe de mim

Tenha orgulho

Esporte e Política

castroO que faz um político utilizar equipamentos esportivos? Tudo o que o esporte representa: juventude, vanguarda, abertura, diálogo, dinamismo, visão, esforço, luta, humildade, transparência, e pelo esporte ser popular, ao alcance de todos. Bons valores que o esporte dissemina e que, por associação, pelo dirigente utilizá-lo, diretamente podem ser relacionados à pessoa.

Fidel Castro faz isso, seja com adidas, Nike ou Puma, como na montagem. O portuguêsSocrates2 José Sócrates também, em foto de 2007. Mostrar ao mundo um Portugal eficiente, jovem e pujante. Vejamos a Venezuela. É notória a evolução do futebol venezuelano. Recentemente classificou-se a um mundial júnior. A seleção principal chegou às semifinais da Copa América de 2011 e a chance de se classificarem ao Mundial FIFA Brasil 2014 é alta. Vejam, portanto, o que o futebol representa hoje para os venezuelanos: resultado e excelência, o que o povo quer. Ao vestir algo relacionado Henrique Caprilesà ‘vinotinto’, mandatários e candidatos ‘adquirem’ esses atributos. O opositor Henrique Capriles utilizou jaqueta da Federação Venezuelana de Futebol durante a campanha presidencial após a morte do ex-presidente Hugo Chávez. Nicolás Maduro, chavista, preferiu modelo mais popular, mas com o passar do tempo, vestiu adidas. Há sim um porquê nisso, e é o da imagem associada.

maduroÉ uma questão bastante delicada porque não há como controlar esse uso. Uma política de Estado mal conduzida pode conferir valor negativo à marca. Esporte é política e vice-versa, até na roupa.

Onomástica

Uma das coisas que mais me deixam curioso com o turfe é qual o critério – ou se é a falta dele – para a adoção dos nomes dos equinos que participam dos páreos.

No caderno de esportes do jornal de ontem deparei-me com nomes interessantes. Seguem alguns, divirtam-se:

– Girl of Caroline

– Valsa Vienense

– Gates of Heaven (Portões do Paraíso)

– Toca-Discos

– Noites de Ronda

– Vaga Certa

– Double Effect (Efeito em Dobro)

– Now Boarding (Embarque Imediato)

– Qua Qua Qua

– Silent Blue (Azul Silencioso)

– Request for Love (Pedido de Amar)

– Super Ézio (alá Januário de Oliveira)

– Apropriado

– Poupatempo

– Queen Desejada

– Com Justiça

– Alta Definição

Para constar, quem venceu o GP Brasil de ontem foi ‘Aerosol’.

Cuidado com a Língua

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É preciso tomar cuidado, muito cuidado, não importa o idioma. A vontade de interagir com os fãs fez com que os organizadores da Copa Audi, na Alemanha, exibissem na publicidade dinâmica à beira do campo uma mensagem que pensaram certamente ser de apoio. Entretanto, não era, como se vê na foto acima.

Isso aconteceu antes do jogo entre Bayern de Munique e São Paulo. O mesmo podia ter acontecido em caso contrário, em um torneio no Brasil e o organizador brasileiro fosse pego por desconhecer o idioma alemão. Por analogia, é como se uma câmera descuidada pegasse um torcedor com cartaz: “Cala a boca, Galvão”.

Por isso é preciso cautela nas publicações e manter sempre aberto o ‘google tradutor’ na janela ao lado. Vorsichtig mit der sprache*.

* – cuidado com a Língua, em alemão

Papa Pop

Que bom um Papa Argentino! Melhor, impossível! Ainda mais um Pontífice que paga a própria conta do hotel, recusa o papa-móvel, convive com as pessoas comuns. Natural para um religioso Latino-Americano, que vem de uma região do planeta em que o trabalho da Igreja com as causas humanitárias – e com isso o contato com as pessoas – sobressai.

Jorge Mario Bergoglio, conhecido atualmente também como Francisco I, à época em que morava em Buenos Aires tomava o metrô, acompanhava o tango mais de perto e seguia o San Lorenzo no Novo Gasômetro. Ainda é sócio do clube! São detalhes como estes que vão aproximar a Igreja da população, cativar os católicos e aumentar o número de fiéis. É até contraditório, mas são estes pormenores que construirão uma Igreja mais humana.

Só falta agora o Papa – como bom argentino – liberar o bife de chorizo na Sexta-feira Santa. É a divinização do churrasco. Aí sim ele cai nas graças do povo. E se disser que gosta de rugby, até eu me converto pro Catolicismo!

O Esporte no Fim do Mundo

Campo2Este blogueiro tem andado pelo fim do mundo. Onde dizem que o mundo tem um fim, nas organizações urbanas mais austrais do planeta, nomeadamente Puerto Williams (Chile) e Ushuaia (Argentina). Aqui o frio é constante, entre 3 e 10 graus. O sol nasce às 3:30h e se põe às 23h. Predominam os esportes de aventura e os motorizados, como os rallies.

O solo é hostil, agricultura quase não existe. Por isso, pra nascer grama faz-se um grande esforço, mas nada de outro mundo para quem é do rugby. São quatro campos oficiais aqui em Ushuaia, contra apenas um do futebol. Vejam só, quatro campos oficiais, no extremo sul do planeta, em condições extremamente adversas! Já no Brasil é um parto para se ter um!

O esporte está na vida dos fueguinos como para qualquer argentino, brasileiro e sul-americano: correr é um hábito, muitos jogam tênis porque há quadras públicas, a pelada do fim da tarde é igual em qualquer rincão, e a equipe local de Rugby é o orgulho da cidade, delegação que leva o nome da cidade pelo País. Levam tão a sério que treinavam no sol das 21h de um sábado, quando muitos, em outros lugares, preparavam-se para a noitada. Aqui é assim, perde-se a noção do tempo e se procura aproveitar o máximo de horas de sol.

Coisas do fim-do-mundo!

Em tempo: sugiro à CONSUR (Confederação Sul-Americana de Rugby) organizar algum sul-americano de sevens por aqui, a fim de promover a nossa região e nosso continente!