Archive for the 'Esporte e Política' Category



Padrão

A Federação Internacional de Futebol realmente tornou-se uma referência na organização de torneios internacionais. Chamam isso de ‘Padrão FIFA’. Isso ocorre naqueles Países que trabalham e cooperam na construção da imagem da entidade. Se ela dependesse do Brasil, estaria perdida.

"Padrão, seu zero meia..."

“Padrão, seu zero meia…”

Essa lógica da ausência do Estado com a população sem prestação de serviços, em que o mais forte sobrevive, do individualismo e do ‘cada um por si’, as pessoas exigem por esses serviços ‘Padrão FIFA’. Elas se referem a uma entidade acostumada com um historial de torneios realizados exclusivamente na Europa, América do Norte, Oriente Médio e Extremo Oriente., lugares em que a prestação de serviços públicos é exemplar.

O Brasileiro não está acostumado a ser bem tratado pelo Estado. Essa situação cansou e resultou nas manifestações populares. Só que o estrangeiro não está acostumado com isso. Pelo contrário. Com todo respeito, talvez alguém de Serra Leoa ou da Coreia do Norte se sinta mais seguro, mais livre ou melhor provido de serviços por aqui. No entanto, estadunidenses, alemães, ingleses, chineses e japoneses, não. E são de lá que vêm os investimentos externos e os turistas. Seus jornalistas, que vêm pra cá em função dos eventos esportivos, lá são formadores de opinião. Por isso as observações de cada um deles é importante.

Infelizmente não deveriam ser esses grandes eventos fazer com que os serviços públicos passassem a ser um pouco melhor prestados, ou com uma qualidade minimamente superior. A população com serviços bem prestados, isso devia ser o padrão. Isso devia ser comum.

Além da Ana Paula, padrão é o bom senso e a res publica. Ademais, a FIFA é inidônea e nada transparente.

Longe de ser padrão.

agora te desafio a responder o quiz abaixo

Confederativas

Estamos em meio à Copa das Confederações, por isso tomamos como exemplo o futebol. Mas podemos levar isso para o esporte em geral.

Dizem que o futebol interrompe guerras, que o Pelé foi responsável por um cessar-fogo. Ora, concordaram em interromper um conflito para que houvesse o jogo. Ou o Santos jogaria ao colocar seus jogadores em risco? Rússia e Geórgia estavam ainda em guerra quando estabaleceu-se uma trégua para que as duas seleções pudessem disputar partida válida para o apuramento ao Mundial de Rugby de 2011, pelos mesmos motivos.

Blatter sugere que a bola é maior que estas manifestações pelo Brasil. Parreira afirma que as manifestações usam o futebol como plataforma de divulgação. Uia, agora é o contrário! É comum o esporte ser usado para a promoção de grupos e interesses políticos. Jogos Olímpicos e a Guerra Fria, o regime de Franco e o Real Madrid; seleção portuguesa da copa de 1966 e governo de Salazar, em Portugal. Agora o feitiço se volta contra o lado que costuma ser o ‘feiticeiro’.

O motivo das manifestações não é apenas a questão dos 20 centavos, mas sim por toda falta de bom senso, dos abusos e absurdos, da falta de educação; da impunidade, da ausência do respeito ao próximo e aos mais velhos; do favorecimento de uma parte, em prejuízo da outra.

Assim como as manifestações podem mudar o destino de um povo, o esporte, a serviço de todos, também.

Em tempo: o papel social de atletas no alto-rendimento é muito grande para eles se omitirem sobre o que se passa no dia-a-dia. A sociedade dá muito reconhecimento, mas também cobra posicionamento. ‘Entocar’ os jogadores do Brasil que atuam nessa Copa FIFA das Confederações não será nem um pouco saudável, quer seja para cada atleta, quer seja para o plantel como um todo. George Weah e Manny Pacquiao foram canidatos à presidência de seus respectivos países, Libéria e Filipinas.

 

Integração

A Associação Europeia de Futebol (UEFA) anunciou na semana passada que a Euro de 2020 não terá um país-sede, mas sim várias cidades-sede espalhadas por aquele continente. A explicação é repartir os ganhos do torneio por todo o território europeu. Sábia ideia.

uefaEventos parecidos são possíveis de ser realizados em apenas algumas regiões do planeta: Europa, Estados Unidos/Canadá, Austrália/Nova Zelândia e Golfo Pérsico. Fatores que contribuem para isso: integração regional em termos políticos, econômicos, sociais e que favorecem o deslocamento. Aos mais céticos, um voo Berlim-Lisboa leva cerca de quatro horas. Auckland-Sydney cerca de duas horas e meia.

Na América do Sul isso não seria possível. Não há integração política, econômica e social. Enquanto Colômbia, Peru e Chile caminham para um futuro próspero, Venezuela, Equador, Bolívia e, às vezes Argentina, retrocedem. O deslocamento também não é nada fácil: no nosso continente temos os Andes, a Amazônia, o altiplano, o calor tropical e o frio polar. A língua não chega a ser uma barreira. Na Europa poderia ser, mas as políticas para o turismo são excelentes. São estes os mesmos fatores que também fazem com que a decisão da Libertadores não seja jogada em um campo neutro, como a Liga dos Campeões da UEFA faz na Europa.

O rúgbi também faz isso. O mundial de 1991 teve jogos na Ilha da Irlanda, no Reino Unido e na França. O de 2007 contou com partidas, além da França, no Reino Unido.

Assim como no esporte, só mesmo a integração para que o bolo seja dividido justamente.

Flor da Escócia

“…and sent him homeward,

to think again”

Este é um trecho do hino da Escócia, cuja população poderá pensar de novo e escolher no final de 2014 pela independência ao Reino Unido, de que faz parte de 1707. O acordo para o referendo foi celebrado ontem entre o Primeiro-Ministro Britânico David Cameron e o presidente do Parlamento Autônomo Escocês, Alex Salmond.

Esportivamente, o que ganha ou perde o Reino Unido com a separação da Escócia? Não ganha nada. Perde pouco. Opa, em parte! No esporte-motor perde muito: Jim Clark, David Coulthard, Ian e Jack Stewart são ótimos exemplos. Os escoceses competem para o Comitê Olímpico Britânico, que reúne Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte. São poucos os atletas escoceses bem sucedidos nas Olimpíadas. O rúgbi e o futebol são duas modalidades em que a nacionalidade escocesa é bastante exaltada e não competem sob bandeira britânica. Diferentemente dos galeses do Swansea e do Cardiff, que atuam na Liga Inglesa, Celtic e Rangers jogam o campeonato escocês e fazem, para muitos, o maior clássico do futebol mundial, entre clubes. Os torcedores do Celtic são em sua maioria católicos e anti-monarquistas, por isso levam bandeiras da Irlanda (catolicismo) e Escócia (nacionalismo); adeptos do Rangers são monarquistas/leais e carregam consigo a Union Jack (bandeira do Reino Unido).

Sporting CP x Glasgow Rangers FC 10.04.2008 002

Torcida do Rangers

Celtic

Torcida do Celtic

Economicamente o Reino Unido não perde significamente com a independência escocesa. Ademais, ela não significa o rompimento de todos os lados. Uma saída pacífica solidifica uma relação de confiança que certamente vai se refletir em todos os aspectos da sociedade da Grã-Bretanha. Diferentemente do processo como houve com a Irlanda (Eire), cuja independência só foi possível através de uma Guerra (1916-1921), cujos resquícios que persistem até hoje através, por exemplo, do IRA (Exército Republicano Irlandês).

Na Península Ibérica, a Catalunha representa boa parte da economia espanhola; e não vai ser falando em catalão que um novo país conquistará novos mercados, sobretudo o latino-americano. Ou seja, Barcelona e a Catalunha precisam de Madri e do Rei. No esporte, o Barcelona só existe porque existe o Real Madrid. E vice-versa. Um faz o outro. Se querem independência, como demonstraram no último clássico, que se preparem para jogar contra o Sant Andreu, Hospitalet ou o Gimnàstic. Jogaços! É nos momentos de crise econômica que os grupos defensores da autonomia mais se fazem valer para convencer a população que a independência é a solução. E em catalão eles não vão chegar a lado algum.

Como diz uma amiga: que se joguem todos juntos e abraçados.

Não é este o caso da Escócia, que tem uma oportunidade única em 2014, como diz o seu próprio hino:

“But we can still rise now,

and be a nation again!…” 

Apátridas Olímpicos

Quatro atletas competiram em Londres de forma independente, sem país. Três são das Antilhas Holandesas (Reginal de Windt, judô; Liemarvin Bonevacia, 400m rasos; Philipine van Aanholt, vela) e um do Sudão do Sul (Guor Marial, maratona) . As Antilhas foram reanexadas à Holanda em 2011, já os sudaneses do sul ainda não tem um Comitê Olímpico organizado, reconhecido pelo COI. Os quatro competem pela sigla: IOA (Atleta Olímpico Independente, em inglês).

Há ainda uma quinta atleta, de Kosovo (país dos Bálcãs cuja maior parte da população é de etnia albanesa). É a judoca Majlinda Kelmendi, que optou por lutar pela vizinha Albânia, já que não foi organizado um Comitê Olímpico Kosovar.

O judoca antilhano, de Windt (foto, nascido em Curaçao, a maior ilha das Antilhas), diz que não vê mal nenhum nisso, que os atletas deveriam competir sem país e que esporte tem que existir sem política. Ora, se isso acontecesse iria contra um dos princípio dos Jogos Olímpicos, o da trégua enquanto acontecem as competições. Se não existem Estados-Nação, não há porque ter trégua. O propósito dos jogos ficaria vazio. Não existiriam interesses individuais, comerciais, financeiros e sobretudo, desportivos. Não haveria mercado consumidor para os Jogos Olímpicos. Nesse caso, o mercado consumidor é o torcedor de cada País. Ou então, seria assim:

“Vou nadar pelo espírito Olímpico.”

“A luta unicamente pela excelência humana.”

Oh, que lindo!

Que romântico!

Já dizia o Prof Gustavo Pires: “Fair-play é uma treta!”

Guarânias

Há poucos dias o Paraguai tem um novo presidente, que busca que seu governo seja reconhecido pelos países vizinhos. Dilma Rousseff, pelo Brasil, e Cristina Kirchner, pela Argentina, se recusam a reconhecê-lo. Cristina é viúva de Néstor, fanático torcedor do Racing Club, rival do Boca Juniors, que faz a final da Libertadores da América contra o Corinthians, equipe para quem torce o ex-presidente Lula, que uma vez se lembrou da Copa Roca, em homenagem a um ex-presidente argentino (Gral. Roca), defensor de uma aproximação entre seus conterrâneos e brasileiros no fim do século XIX e início do XX, simpatizante do Alumni, clube que largou o futebol em função do profissionalismo e atualmente é referência no rugby, esporte que tem o terceiro evento mais visto no planeta e foi criado na Inglaterra, cuja seleção foi campeã do mundo em 2003 e possui dois ilustres torcedores, os Príncipes William e Harry, filhos do casamento de Charles com Diana, em 1981.

Naquela época, Margaret Thatcher era a Primeira-Ministra Britânica e liderou o Reino Unido na Guerra das Malvinas, em 1982, em que o objeto foi um arquipélago no Atlântico Sul. Isso provocou a ruptura de contrato do jogador argentino Osvaldo Ardiles com o Tottenham, clube de futebol da comunidade Judaica em Londres, assim como é o Ajax, mas na capital holandesa. Judeus de procedência holandesa, mas com muitos deles tendo sido criados no Recife, em Pernambuco, foram os fundadores da antiga Nova Amsterdã, atual Nova Iorque, cidade estadunidense onde foram rodados vários filmes da atriz Rachel Welch, prima da ex-presidente boliviana Lidia Tejada, que ainda ‘pagava’ as contas da Guerra do Chaco, durante os anos 30 do século passado, contra o Paraguai.

Paraguai, país que na semana passada o poder executivo (foto) sofreu um processo de impeachment e há poucos dias tem um novo presidente.

Europeias

Eurocopa 2012: russos e polacos se enfrentam nas ruas, antes do jogo entre as duas seleções. Notícia antiga, é verdade. Problema mais antigo ainda. Há séculos esses dois povos não se entendem. Invasões, controle político, emboscadas, atentados. A Rússia sempre interferiu no cotidiano da Polônia. E, claro, os poloneses nunca gostaram disso.

E ainda acham que um jogo de futebol poderia trazer a paz entre eles! E ainda acreditam que o Pelé parou uma guerra, na África, nos anos 70. São lendas, criadas para vender supostos mitos e heróis. Não serão 90 minutos que colocariam fim a centenas de anos de divergências. Não existe isso. Ainda mais com a vitória de uma equipe sobre a outra. Se a Rússia vence, simbolicamente os russos mantêm um ‘domínio’ sobre a Polônia. Se ganham os polacos, simbolicamente a Polônia é superior à Rússia. Em 2007 a União Europeia de Futebol fez a besteira de colocar Armênia e Azerbaijão no mesmo grupo de apuramento ao Mundial FIFA 2010. Armênios e azeris se odeiam desde suas primeiras gerações. Foi preciso cancelar os dois jogos.

Que dentro de campo e do recinto esportivo, que as boas atitudes prevaleçam entre os jogadores e torcedores. Infelizmente esta consciência está entre aqueles com bom poder aquisitivo, que podem comprar bilhetes para jogos como este. Ou seja, boa parte da população não tem acesso a ele. Fora dele, difícil o esporte colocar fim a um passado de ódio, submissão e repressão. Achar que uma bola vai resolver esses problemas e que os torcedores deveriam se esquecer disso e agir com fair-play é, no mínimo, inocência.

A Política na Bola

Ljacic, pela Sérvia (de branco)

Ljacic, pela Sérvia (de branco)

Recentemente soube sobre o jogador sérvio Ljacic, expulso da seleção do seu país pelo treinador Mihajlovic por não haver cantado o hino nacional no amistoso do último sábado, contra a Espanha. Ljacic alegou motivos pessoais para isso, mas ele é de origem Islâmica, reprimida dentro de uma Sérvia majoritariamente Cristã Ortodoxa. Nos Bálcãs, os Islâmicos são bósnios ou kosovares/albaneses.

Ora, se não se sente sérvio, recuse então à convocação. Encontre outro País para jogar. Não há motivos pessoais para não cantar o hino. O motivo é evidente: Ljacic não se sente sérvio. Caso contrário, o atleta apenas poderia dizer: “gosto de ouvir o hino apenas, como parte da concentração”. Declarações como estas não são tão pessoais assim. Sinal de que a chapa ainda é quente por lá, desde o Dínamo Zagreb-Estrela Vermelha de 1990.

Agora na América do Sul, amanhã é dia de duelo entre bolivianos e chilenos em La Paz, Bolívia, país de quem o Chile retirou o acesso ao mar após vencer a Guerra do Pacífico, no final do Século XIX. Até hoje a Bolívia reclama pelo seu litoral, de maneira diplomática. No esporte há como isso acontecer? Claro que não! Mas uma vitória boliviana amanhã é capaz de, ainda que simbolicamente, o povo boliviano pode conseguir algo (algo) sobre os chilenos.

Sem dúvida que amanhã, enquanto tocar o hino chileno, a torcida local cantará: “Bo-Bo-B0-Li-Li-Li-Via-Via-Via…viva Bolivia por toda la vida con su litoral!”

Decisão Internacional

Barcella e Harinordoquy carregam bandeira Basca após a final do Mundial de Rúgbi de 2011, quando a França perdeu para a Nova Zelândia

Barcella e Harinordoquy carregam bandeira Basca após a final do Mundial de Rúgbi de 2011, quando a França perdeu para a Nova Zelândia

O que Biarritz Olympique e o Athletic Bilbao possuem em comum? A bola oval do rúgbi do Biarritz é a ‘obalo baiola’* e as arquibancadas do San Mamés, em Bilbao, conversam em Basco, como dizia Eduardo Galeano, em ‘O Futebol ao Sol e à Sombra’.

O Athletic está na final da Liga Europa, contra o Atlético de Madri. Não é como uma decisão contra o Real Madri, clube símbolo da Monarquia Espanhola, soberana sobre o território Basco, que possui um vasto histórico na luta pela autonomia política, atualmente enfraquecida. No entanto, o Atlético tem um bom número de torcedores simpatizantes do ditador Franco, que por muitos anos proibiu a língua basca. A maior parte do País Basco está no nordeste da Espanha. Uma menor parte, que inclui a cidade de Biarritz, está no extremo sudoeste da França.

Por Bilbao estar na Espanha, dizem que a decisão será espanhola. Grave engano! Diga isso a um Basco. Nem o mais fiel ao Rei Juan Carlos dirá o mesmo. Há a nação espanhola (castelhana) e a nação basca, com identidade própria. Duas nações distintas em um mesmo País, mas como se fossem dois. Estranho, não? Mas é assim. Portanto, uma decisão internacional. Aqui você leitor tem uma prova da força da identidade Basca, através de um vídeo que promove uma Seleção daquele ‘País’. Por ora o Athletic já é uma Seleção Basca, uma vez que aceita apenas jogadores nascidos na região ou descendentes diretos de Bascos.

Decisão internacional sim, ou então, como dizem os bascos: nazioarteko erabaki.

* Bola oval, em basco

A Nacionalizar

Muitos foram pegos de surpresa nesta semana com a nacionalização da Repsol/YPF pela Presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner (CFK). Outrora estatal, a Yacimientos Petroliferos Federales (YPF) fora comprada pela empresa espanhola durante o programa de privatizações levado a cabo pelo antigo Presidente Carlos Menem, durante a década de 1990. Do dia para a noite, a principal empresa de petróleo argentina volta a ser do Estado, sem aviso prévio, sem esclarecimentos, como se fosse um turvo golpe para a tomada de poder. A credibilidade, fundamental para a atração de investimentos externos, fica abalada. Assim sendo, menos recursos entram no País. Menos recursos, menos empregos em longo prazo.

Política populista, sem dúvida alguma. A cada obra o nome da Presidente é exaltado. A disputa – diplomática – das Ilhas Malvinas é outra iniciativa para exaltar o seu governo. O controle da imprensa, é para tentar mantê-la no poder. A estatização da Aerolineas Argentinas é outro grande exemplo.

Fora o populismo, qual seria a vantagem de tudo isso? Controle da tecnologia. Com estas empresas em mãos do Estado, tem o País agora o controle sobre não apenas a exploração de petróleo, mas também sobre a tecnologia em extraí-lo, refiná-lo e distribuí-lo. Dessa forma, pode a Argentina iniciar uma política de auto-suficiência em petróleo, ao formar profissionais especializados capazes de compartilhar o conhecimento através do ensino e da pesquisa. Por isso entende-se inovação. De igual maneira é ter controle da Aerolineas Argentinas, conhecer a frota aérea para o desenvolvimento de uma própria ou então ter a autonomia em criar novos corredores aéreos para o desenvolvimento de políticas para o turismo naquele país.

Como o esporte envolve as massas, e massa significa voto, o esporte, sobretudo o futebol, também entra nessa jogada. O futebol local agora é transmitido pela TV pública para toda a Argentina. Antes, era pela TV por assinatura. Por muito pouco o governo Kirchner não patrocinou um piloto local para fazer parte da Fórmula 1, uma das grandes paixões daquele país, desde os tempos de Fangio e Reutemann. Neste caso, não é domínio de uma tecnologia específica, mas o controle da tecnologia do voto, através do populismo.

Não é papel deste texto julgar as políticas do governo Kirchner, na Argentina. É sim mostrar que o esporte não escapa das estatizações. Próximo passo talvez possa ser o de nacionalizar Messi. Trazê-lo de volta pro Newell’s.

Não duvido nada.