Archive for the 'Marketing Esportivo' Category



À Mexicana #2

Loja do América à saída do Azteca

Loja do América à saída do Azteca

É impressionante o profissionalismo no esporte mexicano, sobretudo no futebol. Eu tinha uma visão equivocada, de que tudo era uma influência dos EUA, em função proximidade entre os dois países. Tive a oportunidade de conhecer algumas instituições e algumas pessoas ligadas ao esporte no País e elas me mostraram o contrário.

Os clubes são clubes, como no Brasil. Existem algumas franquias, semelhantes ao atual Americana e ao Boa Esporte. Mesmo os clubes, o objetivo é o lucro. Por isso eles trabalham muito bem suas marcas, e transformam-nas em produtos. O América é propriedade do dono da Televisa (canal de TV). O dono da Televisa também tem o Estádio Azteca. Por ter recebido 2 mundiais FIFA e os dois melhores jogadores do mundo terem sido campeões lá (Pelé e Maradona), o lugar se torna referência e essa história faz dele, um produto. Fatores que transformam uma organização esportiva em produto: história, relacionamento com o torcedor, valores e, no caso de um estádio, o aspecto visual.

Túnel de acesso ao campo pelos jogadores do América

Túnel de acesso ao campo pelos jogadores do América

A fim de maiores rendimentos e profissionalismo, a Federação Mexicana não impede que o dono de um meio de comunicação também tenha um clube. Nesses casos, os negócios são bem distintos: clube é clube e canal de TV é canal de TV. Cada um deles tem o seu público-alvo. A TV, por exemplo, não pode ignorar os 35 milhões de torcedores do Chivas Guadalajara, clube rival ao América. Caso contrário, perde uma grande audiência, boa fatia do mercado mexicano.

Entretanto nem todos os clubes possuem donos com grande capacidade de investimento. Nesses casos, é permitido à instituição mudar de cidade ou mesmo encerrar as atividades. Acontece no México uma mistura de um sistema europeu e sul-americano, com o das franquias norte-americanas, juntamente com seu profissionalismo. É bom ver que as instituições esportivas aqui no México (e repito, sobretudo no futebol) trabalham muito com estagiários e possuem plano de carreira para eles.

Exemplo desse profissionalismo no futebol mexicano é o Pachuca. No início dos anos 2000, era apenas um clube pequeno que subia de divisão. Quando isso aconteceu, os dirigentes foram procurados por um canal de TV que oferecia uma pequena quantia de dinheiro para transmitir suas partidas. O presidente do clube, sabendo que não podia se dar ao luxo de barganhar por mais, aceitou. Os jogos do Pachuca seriam transmitidos pela TV e, com isso, o clube podia buscar mais patrocínios, uma vez que haveria maior exposição das suas marcas na televisão. Com isso, aumentaram os patrocínios e os rendimentos do clube, que pôde investir no plantel e torná-lo mais competitivo. Feito isso, os resultados no campo melhoraram, chamando mais atenção da torcida, da mídia e de mais empresas interessadas em investir no clube. Aliado ao profissionalismo de seu quadro organizacional, a instituição criou uma universidade de ciências do esporte e futebol, que abastece o mercado esportivo mexicano.

Um exemplo de País cuja sociedade é muito semelhante com a nossa e a realidade, não muito distinta.

Pena que isso, no México, acontece apenas no futebol e em menor intensidade, no beisebol, mais popular no norte, próximo à fronteira com os EUA. A diferença principal é que os clubes têm proprietários, que estão interessados, além do resultado desportivo, no resultado financeiro. Esses proprietários são movidos pela paixão, certamente, mas mais ainda pelo bolso.

No Brasil, vocês todos sabem, não é bem assim.

À Mexicana

Aproveitei o México também para ir assistir a uma partida do campeonato mexicano. Era o clássico local (“Tapatío”), entre Atlas e Guadalajara (Chivas), no Jalisco, estádio onde o Brasil jogou os Mundiais FIFA 1970 e 1986. Um grande sonho estar lá.

Apesar de o Atlas amargar a última posição e o Chivas ser o super líder, já dizia Mário Jardel (1973 – ): “clássico é clássico e vice-versa”, por isso diziam tanto que seria difícil conseguir ingressos. Mas não foi assim.

Fui a um guichê do “ticketmaster” um dia antes do jogo e comprei meu ingresso. O mais barato, anel superior, 220 pesos mexicanos, aproximadamente 18 reais. Peguei um ônibus, lotado, mas nem tanto, e em 10 minutos estava no estádio Jalisco. Nota: as torcidas viajam no ônibus juntas, independente da equipe por que torcem.

Não encontrei nenhum policial, nenhum assistente de estádio e não vi nenhuma placa para indicar os portões. Acabei perguntando a uma equipe de TV onde eu devia entrar, e logo fui atendido. Tudo é como no Brasil: cerveja, churrasquinho e doces. Mas em outra coisa eles são diferentes: a cada canto há um quiosque que vende os artigos oficiais do clube. O Jalisco, apesar de velho, é de muito fácil acesso. Da entrada até o meu assento, não demorei 5 minutos. O campo de jogo é uma área fantástica para promover a sua marca, como se vê na foto. O locutor também promove o futebol como produto, e o público, muito educado por sinal, interage. Nas bancadas, torcedores de Chivas e Atlas, juntos, um ao lado do outro. Isso me deixou perplexo. Gol do Chivas, comemoram uns. Gol do Atlas, comemoram outros. Sem provocações ou xingamentos. Todos têm direito para que equipe torcer.

A saída do estádio foi tranquila e, para voltar, o ônibus veio mais cheio que na ida, mas nada sufocante. As torcidas saem juntas, sem complicações. Ao redor do Jalisco, mais quiosques oficiais, mais pessoas consumindo. Todas muito educadas, tratando tudo e todos com muito respeito. Não vejo isso no Brasil. O exemplo mexicano é de torcer com paixão, mas em harmonia. E fazendo do esporte (neste caso o futebol), um produto.

E para quem quiser saber o placar final, foi 1 a 1. E um dos sonhos, realizado.

Questões Internacionais

Foram apontados como principais fatores para o futebol ser usado para crimes financeiros: amadorismo, fácil acesso à administração dos clubes, organogramas dos clubes são complexos e descumpridos, além da internacionalização do esporte. No entanto, um fator pode conduzir a outro.

A internacionalização do esporte contribui para a pressão por resultados, competitividade e lucro. Para potenciarem estes resultados, o esporte terá que ser profissional não apenas dentro de campo, mas também em sua gestão. Uma organização esportiva direcionada ao mercado, fará com que seus organogramas sejam mais bem definidos e sua estrutura, de difícil acesso e comprometida com normas e regulamentos, a fim de um resultado comum.

Assim acontece nas empresas privadas. A expansão dos mercados é uma tentativa para conseguir lucro. A Penalty tem feito isso e uma iniciativa foi a de patrocinar o goleiro Victor Valdés, do FC Barcelona (ESP). Assim fazem também as ligas europeias, cujas partidas são televisionadas pelo mundo todo e mais e mais crianças e adolescentes compram camisas e souvenirs de clubes ingleses, italianos, espanhóis e alemães. Eventos e torneios reconhecidos em todo o mundo, geradores de emprego e renda.

Um dia – quem sabe – as organizações esportivas no Brasil sejam mesmo orientadas pelo mercado. Dessa forma, geradores de riqueza para o País.

Toucas e Boas

Foi por pouco que Leonardo de Deus não perdeu a medalha de ouro nos Jogos Panamericanos. Isso porque Leonardo usava a marca da “Yakult” em sua touca.

Leonardo de Deus no Mundial de Natação (Getty Images)

Leonardo de Deus no Mundial de Natação (Getty Images)

Patrocinadores não são permitidos nos equipamentos esportivos tanto nos Jogos Olímpicos quanto no Pan, a não ser a marca da fornecedora dos equipamentos, como Olympikus, adidas, Reebok, Mitre e Nike. O handball joga sem a marca de seu banco patrocinador na camisa, tampouco o símbolo da CBHb. No entanto, é a Penalty, fornecedora da CBHb que faz os uniformes, só que para não associar a Penalty à CBHb, em lugar do distintivo da entidade, estará estampada a bandeira do Brasil. Da mesma maneira será a Topper com a Seleção Brasileira de Rugby Sevens. Ela fará os uniformes do Brasil para o Pan, mas em lugar do escudo da CBRu, irá a bandeira do Brasil. Símbolos do COB e do “Time Brasil” não podem, uma vez que apenas a fornecedora oficial do COB, a Olympikus, podem utilizá-los.

Caso semelhante ao de Leonardo de Deus passou o nadador Edvaldo Valério, quando da medalha de bronze do Brasil no revezamento 4x100m nos Jogos Olímpicos de Sydney (2000), junto com Gustavo Borges, Fernando Scherer e Carlos Jayme. O nadador usava em seu traje o logo do antigo BANEB (Banco do Estado da Bahia), o que quase custou a desclassificação do quarteto. A “Yakult” é parceira da FINA (Federação Internacional de Natação). Mas foi considerado também que a touca era espécie de amuleto para o

No entanto é um risco por que não vale a pena correr.

Big Brother

Por “Big Brother” conhecemos a prática de monitoramento e vigilância de pessoas e seus hábitos, comportamentos e costumes. Remete ao livro “1984”, de George Orwell, e sua utilização se dá um programas de TV em que indivíduos ficam confinados em uma casa. Isso todos sabemos.

Um espetáculo esportivo também pode ser um “Big Brother”. Para onde olhamos durante um jogo de futebol? O nosso olhar e análise é diferente de acordo com a atividade profissional e paixão dos espectadores? Sim, é possível, haja vista como no Rugby os árbitros assistem e analisam os jogos. Talvez os mais apaixonados vejam a técnica e tática, assim como os colunistas de diários esportivos. Os profissionais da gestão do esporte talvez olhem para outro lado, bem como sociólogos e antropólogos: podem estar até mesmo infiltrados nas massas e de costas ao campo de jogo. Independentemente de estarem de costas, são, como espectadores, elementos do esporte.

Para onde olhamos? O “eye-tracking” é um aparelho muito utilizado em simuladores de voo e de condução de automóveis, treinamento esportivo, estudos cognitivos e pesquisas médicas. Detecta e monitora o ponto de visão das pessoas. Devido ao seu trabalho, podemos aplicá-lo no marketing esportivo, assim como já é e existem alguns estudos na área. Podemos olhar os jogos, a técnica, a tática, e podemos também reparar na publicidade no perímetro do campo, na camisa dos jogadores, em quando tempo dura um anúncio em uma placa de LED à beira do gramado e por quanto tempo reparamos na marca das luvas dos goleiros e na coleção das chuteiras do fulano ou beltrano.

Um aparelho de "eye-tracking" (foto: geekfuzion)

Um aparelho de "eye-tracking" (foto: geekfuzion)

O lugar para onde olhamos pode sim variar de acordo com o que realmente nos interessa em um espetáculo esportivo.

Mercoturismodesportivo

É pouca coisa, mas é o começo. Já estão no metrô de São Paulo cartazes promocionais da Copa América do próximo mês de Julho, na Argentina. Não é visualmente atraente, tampouco possui a logomarca oficial da competição, mas é o começo. A primeira vez que uma ação como essas é feita em torneios como este, o continental mais antigo do planeta. Ou da vez passada você viu outdoors pela cidade: “Conheça a Venezuela” ? Não.

Cartaz da Copa América no metrô de SP (fonte: @heloribeiro)

Cartaz da Copa América no metrô de SP (fonte: @heloribeiro)

Pois bem, não vou repetir aqui o que sempre digo, que faltam ações conjuntas da entidade organizadora do torneio com os comitês locais de turismo para promover a visitação nos locais do evento. Parece que não pensam nisso. Vivemos em um momento que – apesar de pouco se falar em Mercosul – nunca houve integração tão grande entre os Países do Cone Sul. O esporte, mesmo com as rivalidades, é um dos principais fatores desta integração. Haja vista a quantidade de argentinos, uruguaios e paraguaios no esporte nacional. Um dos principais nomes da SE Palmeiras é Chileno. Os dois patrocinadores do CA River Plate, são Brasileiros.

Oras, Copa América é turismo esportivo, assim como são os Jogos Olímpicos e o Mundial FIFA. Turismo é geração de empregos, renda e riqueza.

Se pensamos em integração desses Países, vamos começar pelo que há de mais óbvio entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai: a bola. No entanto, pensar além deste óbvio.

Link para acessar a foto: http://twitpic.com/5fmd2o

Questão de Produto

Hoje (segunda-feira, 25 de Abril) FC Barcelona e Real Madrid CF foram tema da chamada de abertura (as manchetes) do Jornal Nacional, da Rede Globo. Tratava-se da semi-final da Liga dos Campeões da UEFA. Tudo bem o esporte – neste caso o futebol – fazer parte das manchetes, mas nada bem serem dois clubes da Espanha, cuja ligação máxima com o Brasil é o fato de terem alguns jogadores brasileiros no elenco. Isso não é bom para o futebol brasileiro, não é bom para o futebol sul-americano.

Tenho dito muito sobre este tema. Se isso acontece, isso é dado em função da precariedade da gestão do futebol brasileiro, não em relação aos resultados, mas sim em transformá-lo em produto. Muitos jogos da Libertadores terminam em batalhas campais. Avaí e Botafogo, pela Copa do Brasil, também terminou de maneira nada amistosa. Jogadores que xingam os árbitros e jogadores que se ofendem entre si à frente de milhares de pessoas, são alguns dos exemplos.

Na contramão dessa tendência, a Liga dos Campeões da UEFA – cuja semi-final foi manchete do Jornal Nacional – e a Liga Inglesa: hoje no jogo entre Blackburn e Manchester City, o juiz se dirigia unicamente ao capitão da equipe local, que aceitava as explicações. Por uns instantes pensei se não estava vendo um jogo de Rugby.

Em longo prazo a consequência disso é a perda de torcedores, baixo consumo do produto futebol local, estádios vazios com o tempo e desinteresse da imprensa do País, que cada vez mais vai se interessar por campeonatos estrangeiros. Há quem diga que o motivo principal para isso é a qualidade dos jogadores. Oras, o Brasil é muito “bem servido” de atletas e recursos humanos para um espetáculo não faltam. É pena que o produto de fora seja mais atraente.

Cidades Sul-Americanas do Futebol

Na Europa, com a exceção de Madrid e há algum tempo Amsterdã e Lisboa, os clubes campeões das Liga dos Campeões da Europa são de cidades que não são capitais de Países. Na América do Sul o processo é inverso. Alguns vão me dizer: São Paulo , Belo Horizonte , Porto Alegre não são capitais de Países. Entretanto o Brasil é exceção em função da dimensão territorial, o que aumenta a descentralização e algumas capitais estaduais serem tão ou mais importantes que a Capital Federal, Brasília.

Levando isso em linha de conta, qual portanto na América do Sul são os únicos clubes campeões da Taça Libertadores da América que são do interior do País? Colômbia, duas vezes: a primeira com o Atlético Nacional, de Medellín, em 1989 e a segunda vez com o Once Caldas, de Mañizales, em 2004. Santos é muito próxima a São Paulo (como se fosse Região Metropolitana) e não a consideraremos como sendo do “interior”, mesmo porque a cidade é litorânea. Avellaneda, na Argentina, cidade de Racing e Independiente, é parte da Grande Buenos Aires, e por isso também não a consideramos como sendo interior.

No Chile, o Colo-Colo, da capital Santiago, já foi campeão. Em Buenos Aires, são vários os campeões, com ou sem Racing e Independiente, ambos de Avellaneda. No Equador, a LDU, campeã em 2008, é da capital Quito. Os clubes montevideanos Nacional e Peñarol representam o Uruguai. Em Assunção, Paraguai, temos o Olímpia tricampeão. Todos de capitais de Países. Clubes do interior que chegaram mais próximos foram Newell’s Old Boys (Rosário/ARG), América e Deportivo (Cáli/COL) e Cobreloa (Calama/CHI). Clubes do interior, campeões da Libertadores, apenas os 2 supracitados. No entanto suas cidades não são menos importantes (Medellín e Mañizales).

Atlético Nacional de Medellín, Campeão da Libertadores em 1989 (elespectador.com)

Atlético Nacional de Medellín, Campeão da Libertadores em 1989 (elespectador.com)

Entender por que isso acontece de maneira inversa à da Europa é compreender a história desses Países. Na América do Sul, o crescimento destes Países já se deu em período da revolução industrial (aproximadamente 1850-1900), quando a cidade mais importante do País concentrava a elite política (por isso de ser a capital), econômica e com potencial de investimento em fábricas que originariam os clubes (ferrovias, companhias de gás, tecelagem). Na Europa, a revolução industrial e outros períodos de surto industrial, que originaram vários clubes de futebol deu-se além das capitais (que já abrigavam a elite política), como é o caso da Inglaterra (Manchester, Birmingham), Espanha (Barcelona, Valência), Itália (Milão e Turim) e Alemanha (Munique e Dortmund).

Uma hipótese que faz da Colômbia, mesmo sendo bem menor que o Brasil, mas com campeões da Libertadores de cidades que não são a capital, Bogotá, é a de que os Andes – onde está a grande maioria da economia colombiana – dificultam a integração nacional colombiana e com isso o favorecimento à descentralização. O resultado disso é o desenvolvimento de capitais regionais, como Cáli, Medellín, Barranquilla e Cartagena.

Com o desenvolvimento do interior dos Países da América do Sul a tendência é que este quadro mude? Não. Muitas destas novas equipes não possuem torcida e a grande maioria das pessoas levam no coração as equipes das capitais – nacionais ou regionais. Na verdade o futebol do interior corre um sério risco em função da abissal diferença com equipes mais populares, em consequência, mais competitivas.

Ceni 100

Parabéns ao guardião de metas com mais gols marcados na história do futebol, Rogério Ceni: 100 gols marcados ontem, 27 de Março, contra o Corinthians. Histórica marca, consequência de muito trabalho e dedicação.

No entanto, enquanto comentava-se em uma rádio sobre a marcação deste gol, certo repórter disse que este 100º gol, para um goleiro, estava como o milésimo gol para o Pelé. Exagero do repórter, obviamente. Muito longe disso, de 100 para mil, além de haver 900, há todo um currículo, há toda uma história. Rogério possui currículo, possui história, mas não como a de Pelé, Maradona entre outros grandes jogadores. Todavia em função da velocidade das informações e da potenciação do esporte como produto – este centésimo gol será muito comercializado -, o feito do goleiro-artilheiro ganhará o Brasil não apenas através dos vídeos, mas também de produtos relacionados ao fato.

É esta ânsia em vender os fa(c)tos esportivos que leva a equívocos, como dizer que o 100º gol de Rogério Ceni, para os goleiros, está para o 1000º gol de Pelé, para os jogadores de linha. Todos sabem que não.

Com o Gaúcho da Copa

Recentemente (anteontem) este blogueiro esteve com o Gaúcho da Copa. Aquele que vai pilchado aos jogos do Brasil, com o chapéu repleto de pins e uma réplica da Copa do Mundo nas mãos. Tem sido ele o embaixador da torcida do Brasil nas partidas da Seleção Nacional de futebol. Ele no verão tem uma barraca na praia e conversamos muito não sobre futebol, mas sobre os trabalhos para 2014.

com o Gaúcho da Copa

com o Gaúcho da Copa

Clóvis (o Gaúcho) tem muita razão ao dizer que nada tem sido feito, que um Mundial FIFA vai muito além de estádios e de jogos, ou mesmo aeroportos. A organização de eventos como estes passa também pelas rodovias, ferrovias e, fundamentalmente, educação: preparar a cidade para bem receber os visitantes do próprio estado, do resto do País e do mundo todo. Que as aulas de Educação Física nas escolas façam perceber a grandeza de megaeventos esportivos nas crianças e adolescentes. Que entendam o porquê de gostarmos tanto dos esportes a ponto de ocupar várias horas do nosso dia-a-dia. Que policiais, agentes de trânsito e profissionais que lidam diretamente com as pessoas estejam habilitados a bem servirem os consumidores da Copa do Mundo.

Um megaevento esportivo será  a imagem da cidade/estado/País para o mundo todo. Por isso a importância da boa educação também, repensar hábitos – como cuspir e urinar na rua, jogar lixo no chão e usar a buzina do carro sem qualquer motivo aparente – e rever conceitos.

Desde 2007, quando o Brasil soube que sediaria o Mundial FIFA, não houve planejamento para receber este megaevento esportivo. E sem este planejamento, não haverá execução dos projetos a 100%. Uma pena. E o Gaúcho da Copa tem muita razão nisso.